Fotos de Quercia Oliveira
Enquanto dona Maria reclama da demora do fiscal da prefeitura em marcar, à tinta, o seu espaço, seu José afirma que não pode esperar, traz a tinta de casa e demarca o quadrado de sua barraquinha , a contragosto do fiscal que chega pra reclamar o pagamento antecipado.
Assim vai se fazendo um retrato de antigos e novos trabalhadores que estão sujeitos a novas regras de administração. A cada mudança de gestor municipal o camelódromo ganha novas configurações. O povo, no entanto, é o mesmo, a mesma necessidade, o mesmo trabalho árduo de cada dia.
Já Pedrinho, que vem lá do João Paulo Segundo, ganhou a poucas semanas o seu quadrado para revender bonés, relógios, carteiras, capinhas de celular e outros artigos que enchem de cores o caminho de quem passa, muitas vezes apressado, pelo Camelódromo.
Pra casa, pra faculdade, pro trabalho,atrasado ou quase perdendo o coletivo, as pessoas que transitam pelo Terminal urbano têm no Camelódromo a referencia da diversidade do Centro de Juazeiro. À alguns metros do carrinho de picolé, Juliana combina com a amiga pelo celular: “te espero no Camelódromo”.
